Nada relevante

Quando Dunga foi para a Copa do Mundo com aquela chamada esquadra sem tanto talento para diferenciá-la das outras, o Brasil sentiu na pele.
A equipe precisava de um diferencial que mudasse um pouco o panorama do jogo em questão.

Hoje, com Mano, a situação é diferente. Temos ótimos jogadores, alguns que podem, futuramente, apontar como melhores do mundo. O que falta, em lógica, é um time.
A equipe tem talento, tem bons jogadores em todos os setores, só resta a Mano montar um time que seja decente e competitivo. Pois, de fato, nenhuma das duas qualidades reunimos.

Quando o técnico da seleção convocou para o amistoso da Alemanha, sua teimosia permaneceu. Quando vi a convocação, ela se constatou.
Mano Menezes não convocara Hernanes, nem ao menos Marcelo. Permaneceu em André Santos e chamou Luiz Gustavo, volante do Bayern que pode jogar na lateral.

Pela lógica, devemos continuar com André Santos na lateral-esquerda – sabendo que o jogador do Bayern é uma opção aleatória, dando maior segurança a André, o titular da posição.

Quanto a Hernanes, não é compreensível. A equipe de Mano precisa de maior qualificação na saída de bola, e também necessita de maior suporte de um volante – que hoje joga mais adiantado na Lazio – para a criação, originalmente feita por PH Ganso. Sobre Marcelo, a mesma coisa. Se o jogador tem mesmo alguns defeitos em relação a seleção, o convoque e resolva a situação. Somente não comprometa a qualidade da equipe em uma posição que temos tão poucos jogadores de alto nível jogando – arrisco-me a dizer, só temos Marcelo.

No ataque, Robinho, Pato e Neymar foram mantidos. Fred e Jonas completam os atacantes. Esquece-se de Nilmar e Damião – este último acho, particularmente, estar em forma muito melhor que Fred. Pode ser bem verdade que nosso problema seja no ataque, porém, não creio que um desses últimos dois que citei resolva. Talvez uma mudança tática – atuar com dois atacantes, descartando o 4-2-3-1 – possa resultar em algo melhor.

Ralf é citável, uma boa nova. Pode ser utilizado a longo prazo, mesmo que não seja titular na minha seleção. Seu ótimo desempenho como primeiro volante no Corinthians o premia com uma vaga merecida.
Dedé, o bom zagueiro do Vasco também merece. Mesmo assim, não é titular na minha seleção.

Fernandinho é um meia mais periférico, o que para mim, descarta-o de ser utilizado como titular a princípio no confronto diante a Alemanha.

Sendo mantida a ideia que parece ser traçada, Mano permanecerá no 4-2-3-1 inicial de seu trabalho. Ele pode insistir no plano, mas, penso eu, não tem uma peça no banco que poderá mudar o esquema que se rende a criação de Ganso e a movimentação de Neymar, Robinho e Pato. Nem ao menos Hernanes foi chamado.

Por isso, a convocação não me agradou muito. Nada de tão relevante, somente coisas citáveis. Ralf e Dedé, por exemplo.

Nada que faça mudar a ideia de Mano, que continuará no 4-2-3-1.

Mas que acho que Mano não relevou sua convocação, é verdade.
E que a convocação não me agradou e não é relevante, também, verdade.

Mano - convocação irrelevante

Por: Felipe Saturnino

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