A primeira rodada do europeu de futebol de 2012 terminou nesta segunda-feira com um tanto mais do que emoção: anfitriões vencendo. E fazendo história.
Os italianos lograram êxito no domingo – sim, pois o ponto vale muito – com empate diante dos ibéricos espanhóis em Gdansk, no melhor jogo do torneio até o dado momento. A equipe de Prandelli obteve sucesso ao atuar com um sistema mais do que antiquado – dadas as circunstâncias atuais que apontam para a recomendação do 4-2-3-1 -, porém, pode ser a ‘novidade’ para o torneio. Numa compactação de 3-5-2, em que Pirlo teve uma ótima atuação – incrível que com seus 30 e tantos, ainda Andrea seja fenomenal quanto a lidar com o ritmo de bola do meio-de-campo – que constou da assistência para o gol de Di Natale, Balottelli e Cassano lançados ao ataque foram; os espanhóis vieram com um 4-3-3, que, em variações, tornava-se ou poderia tornar-se um 4-2-3-1 com uma infiltração mais aguda de um meia (Fàbregas, por exemplo). Aliás, no lance do gol, é o que ocorre: Xavi puxa da meia-esquerda, Silva, vindo do lado destro do campo, recebe a bola do barcelonista número 8 na Espanha e entrega para Cesc marcar o tento de igualdade. Ainda assim, foi interessante reparar a disposição dos italianos – francos atiradores na Euro – para com a manutenção do sistema: marcaram, definiram-se e perseveraram, ao final. De Rossi, de fato, foi uma espécie de líbero – apesar de não se plantar tão profundamente na zaga ele atuou na posição. Maggio, na ala-direita, teve uma participação razoavelmente boa, também.
A Ucrânia emocionou-nos não somente pela vitória em si, mas, também pela figura que a tornou factual: Andriy Shevchenko. O grande de passagens por Chelsea e Milan foi marcador dos dois tentos que sagraram a Ucrânia como a líder do grupo D da Eurocopa 2012.
Sheva, aliás, conseguiu prolongar sua brilhante carreira para fazê-la ainda mais brilhante com essa performance. Já aos seus 35 anos, o ucraniano, se não representa o mesmo de 5 ou 6 anos passados, vive pela figura que é e pelos lampejos brilhantes – mas vívidos e vivos – que ainda nos concede. A primeira rodada da Euro, se valeu por ver a Itália se mostrar forte e empatar com a campeã mundial e uma Alemanha jogando de forma razoável mas, como é característico, arrumando um caminho para o triunfo, valeu mais por reparar Andriy como um ainda fator decisivo. E como é bom recordar algum lampejo de um ex-grande artilheiro – que ainda é artilheiro.
Por: Felipe Saturnino