Archive for ‘Alemanha’

11/06/2012

Alemães confiam, italianos marcam e Andriy emociona

A primeira rodada do europeu de futebol de 2012 terminou nesta segunda-feira com um tanto mais do que emoção: anfitriões vencendo. E fazendo história.

Os italianos lograram êxito no domingo – sim, pois o ponto vale muito – com empate diante dos ibéricos espanhóis em Gdansk, no melhor jogo do torneio até o dado momento. A equipe de Prandelli obteve sucesso ao atuar com um sistema mais do que antiquado – dadas as circunstâncias atuais que apontam para a recomendação do 4-2-3-1 -, porém, pode ser a ‘novidade’ para o torneio. Numa compactação de 3-5-2, em que Pirlo teve uma ótima atuação – incrível que com seus 30 e tantos, ainda Andrea seja fenomenal quanto a lidar com o ritmo de bola do meio-de-campo – que constou da assistência para o gol de Di Natale, Balottelli e Cassano lançados ao ataque foram; os espanhóis vieram com um 4-3-3, que, em variações, tornava-se ou poderia tornar-se um 4-2-3-1 com uma infiltração mais aguda de um meia (Fàbregas, por exemplo). Aliás, no lance do gol, é o que ocorre: Xavi puxa da meia-esquerda, Silva, vindo do lado destro do campo, recebe a bola do barcelonista número 8 na Espanha e entrega para Cesc marcar o tento de igualdade. Ainda assim, foi interessante reparar a disposição dos italianos – francos atiradores na Euro – para com a manutenção do sistema: marcaram, definiram-se e perseveraram, ao final. De Rossi, de fato, foi uma espécie de líbero – apesar de não se plantar tão profundamente na zaga ele atuou na posição. Maggio, na ala-direita, teve uma participação razoavelmente boa, também.

A Ucrânia emocionou-nos não somente pela vitória em si, mas, também pela figura que a tornou factual: Andriy Shevchenko. O grande de passagens por Chelsea e Milan foi marcador dos dois tentos que sagraram a Ucrânia como a líder do grupo D da Eurocopa 2012.

Sheva, aliás, conseguiu prolongar sua brilhante carreira para fazê-la ainda mais brilhante com essa performance. Já aos seus 35 anos, o ucraniano, se não representa o mesmo de 5 ou 6 anos passados, vive pela figura que é e pelos lampejos brilhantes – mas vívidos e vivos – que ainda nos concede. A primeira rodada da Euro, se valeu por ver a Itália se mostrar forte e empatar com a campeã mundial e uma Alemanha jogando de forma razoável mas, como é característico, arrumando um caminho para o triunfo, valeu mais por reparar Andriy como um ainda fator decisivo. E como é bom recordar algum lampejo de um ex-grande artilheiro – que ainda é artilheiro.

Sheva – voando aos 35

Por: Felipe Saturnino

10/08/2011

Uma vitória emblemática para o time de Löw

Todos sabem como os germânicos tem um time forte e, além do mais, um bom técnico. Aliás, um ótimo técnico.

Joachim Löw assumiu ao fim da Copa de 2006, que não, não foi um fracasso.
O time de Klinsmann foi terceiro lugar, vencendo Portugal por 3 a 1 na oportunidade.

Hoje, Löw tem um time ‘mais time’ que aquela esquadra de Jurgen Klinsmann. A qualidade técnica do futebol alemão é de um time top, talvez perdendo somente para a Espanha, chegando a desbancar os holandeses vice-campeões mundiais. E se comparando ao time de Klinsmann, a Alemanha de hoje também é um time com mais futebol.

A vitória dos alemães é tão importante quanto a derrota dos brasileiros. Sim, pois significam coisas distintas aos trabalhos – enquanto Löw forma um time mais forte e mais encorpado, Mano tem um time com indefinições e nomes questionáveis no elenco. E, também, pelo que significam. Os amistosos contra figurões são importantes. A questão abrange outras vertentes de pensamento.
Até pelo fato de, quando Mano jogar contra uma equipe de nível da Alemanha, se perder, a derrota terá um impacto notável. Estes jogos estão em um nível alto, e por isso são importantes para testes. A questão é até onde testes deste nível influenciam o trabalho de Mano na seleção. Perdê-los pode representar uma queda do técnico na seleção atual.

O confronto dos dois times no 4-2-3-1 mostrou como o meio-de-campo alemão é funcional. Schweinsteiger, Kross, Götze, Müller e Schurrle, que jogou no segundo tempo, monopolizaram as ações do jogo no tempo inteiro. O Brasil teve um Ramires regular, mas sem brilho algum, um Ralf protetor mas que não conteve os avanços do trio da segunda linha de meio-de-campo alemã, um Neymar debilitado e fraco, um Robinho esforçado mas ainda sim médio e um Pato fazendo um jogo acima das atuações de Copa América.

Ralf fez cerco a Mario Götze em praticamente todo tempo do jogo, e não se saiu bem. Fernandinho fez um primeiro tempo razoável, mas não conseguiu ser efetivo em jogadas ofensivas. Müller, pela direita da Alemanha, no 4-2-3-1 proposto por Löw, mantia um apático André Santos no seu cerco. E olhe, André Santos conseguiu movimentar-se para dar apoio em uma jogada do Brasil, somente. No lado oposto, Podolski fazia suas jogadas com suporte de Lahm, o ótimo lateral alemão.

Não deu outra. Depois de 15 minutos consideravelmente regulares na etapa complementar, a equipe brasileira não conseguiu se afirmar diante os alemães. Em um pênalti de Lúcio bem marcado, Bastian Schweinsteiger se confirmou como um dos melhores em campo. Ele conseguia organizar a Alemanha, surgindo da posição de volante. Mas o melhor em campo foi o autor do segundo gol. Como já citado aqui no blog, Götze parece ser um pequeno craque. O alemão fez uma partida de gala, mesmo jogando em uma posição que não é o seu lugar original. Após uma jogada de Kross-Klose e Götze, os alemães marcaram o segundo. O Brasil fez de penal com Robinho, porém, André Santos resolveu mostrar suas mais do que evidentes deficiências. Schweinsteiger recuperou a bola e entregou para Schurrle, o bom atacante do Leverkusen, marcar o tento.

Neymar fez o seu, que não foi nada mais do que relevante.

As atuações são relevantes sim. O Brasil por uma atuação razoável, mas pouco efetiva. A Alemanha pelo emblema que a conquista diante os brasileiros carrega. O time de Löw se consolida mais e mais.

Aos brasileiros resta rever nomes da convocação e, finalmente, formar um time que seja competitivo e que possa vencer um dos figurões mundiais.

Pois avaliar uma demissão ou, no mínimo, pensar numa, chega a ser algo um tanto fútil. O trabalho ser medido diante um confronto com a Alemanha não é justo. O trabalho deve ser mensurado com as etapas gerais, desde a convocação até o jogo.

Mano não tem uma equipe para a seleção, mas tem padrão. Um passo dado. Um passo pequeno, que se diga. Somente não consigo ver um time competitivo em 13 jogos de trabalho na era Mano Menezes. Esta é a maior crítica feita a Mano aqui.

Alemães tiveram um meio-de-campo muito funcional; ao Brasil faltou ligação de jogo


Para Löw, uma vitória emblemática para um futebol envolvente dos germânicos. Conquista justa e merecida aos tricampeões mundiais.

Por: Felipe Saturnino

09/08/2011

Mano vai insistir

Não tem problema algum em manter uma proposta que, anteriormente, já falhou. Pode funcionar em um momento mais passado do trabalho, em que a seleção tenha mais conjunto. Mesmo assim, o padrão de Mano é aceitável.

Até pelo fato de os convocados terem a cara do esquema 4-2-3-1 de Mano. Ainda discordo – e muito – das não-convocações de Marcelo e Hernanes, mas Ralf faz uma ótima temporada no Corinthians como primeiro volante, no também 4-2-3-1 de Tite. Luiz Gustavo pode ser lateral, mesmo sendo um ótimo volante hoje do Bayern de Munique. Porém, este não será titular.
Na linha de principal do meio-de-campo, Neymar, Ganso e Robinho participarão do desenvolvimento do jogo. Pato deve ser o atacante, que se movimenta muito e por isso contrasta um pouco o dever do centroavante nato.

A equipe da melhor atuação de Mano jogou no mesmo 4-2-3-1, diante os Estados Unidos, no primeiro jogo da era do gaúcho. E o sistema é versátil o bastante para ser, hoje, o da moda na Europa e, por conseguinte, no mundo.

A preocupação não se dá somente ao time, mas principalmente a Mano. A sequência mais do que forte do Brasil pode acarretar uma série de mudanças no comando da Seleção brasileira.
O que não seria mais do que injusto – sabendo do nível dos adversários que o Brasil enfrentará.

Se Mano insiste em seu padrão, é porque tem ‘fé’ nele. E sabe que pode bater uma das seleções habitantes do 1º escalão mundial – a Alemanha, no caso.

Os alemães podem vir com: Neuer, Lahm, Howedes, Hummels e Aogo; Rolfes, Schweinsteiger, Götze, Müller e Podolski; Mario Gomez.

A equipe manterá o esquema preferido por Löw: o também 4-2-3-1.

Parece que Mano terá um trabalho mais do que duro nesta quarta, em Stuttgart.

Muito pelo fato de, se não ocorrer um resultado convincente, isto é, diferente de uma vitória ou uma outra perspectiva melhor, ele poderá sofrer com a permanência na Seleção. Seguidamente, pode-se acarretar uma demissão mais do que precoce ao atual técnico da equipe.

E se isso ocorrer, o trabalho vai-se iniciar de um ‘nada’ novamente. Assim como Mano Menezes começou o seu, diante os Estados Unidos, há um ano ou algo do tipo.

Mano - insiste no esquema e pode ter trabalho ameaçado por medir força com figurões do futebol atual

Por: Felipe Saturnino