A Argentina de Alejandro Sabella não poderia ter começado melhor o torneio que concede vagas ao mundial de 2014, aqui no Brasil.
O técnico ex-Estudiantes, campeão da Libertadores-2009 e atual técnico dos albicelestes fez a equipe que jogou em função de Messi dar um absoluto show na partida diante o Chile.
Mas a equipe que funciona por Messi também funcionou por causa de Di María. E por Higuaín.
Sabella, formando o esquadrão argentino no 4-2-3-1, – quem nunca o usou é demodé – fez o trio que está dividido entre Barcelona e Real Madrid jogar fantasticamente contra um Chile, é bom citar, muito desorganizado e confuso.
Di María foi o meia extremo esquerdo – como faz no Madrid de Mourinho. Higuaín foi o avante. Messi foi o maestro – fazia o que bem entendia no meio-campo. O Chile, no 3-5-2, com desdobramento tático em 3-2-3-2, teve Isla e Carmona como atuantes da primeira linha. O resultado foi a destruição do setor.
Primeiro: Messi, jogando na posição do 10, era cercado por um dos volantes. A indefinição entre o ala/meia da Udinese e o volante natural da posição – Carmona – fez com que Lionel brilhasse em campo. O espaço que ele tinha era grande. Muito grande.
Segundo: Matías Fernández, Valdívia e Beausejour compunham a segunda linha, dos três armadores. O primeiro recompunha o setor direito, porém, Di María teria de ser encontrado por Isla no lado do campo, pois Borghi queria fazer o madridista marcar Matías Fernández, e também exigiu que Isla marcasse Di María. Outra indefinição. Matías pouco criou, pouco auxiliou na marcação a Di María, e, em 20 minutos, a Argentina havia marcado duas vezes.
Terceiro: Beausejour, bom meia que joga como ala na seleção chilena, hoje, fez uma atuação fraquíssima. A chave do setor foi José Sosa, recompondo e auxiliando Zabaleta no lado direito argentino. O número 8 pouco criou, mas pouco foi exigido. Messi e Di María trucidavam o meio-campo com Higuaín anotando seus tentos.
Para início, os pontos destacados são importantes. A Argentina foi segura no meio-campo, com exceção às constantes indefinições também dadas aos cercos de Banega ao meia Valdívia. Braña ficava na sobra, mas a Argentina perdia um homem ao atacar. Nem precisou, de fato.
A defesa preocupou. Burdisso e Otamendi não são técnicos, mas não são péssimos. Porém, quando se trata de bola aérea, a Argentina é pecadora. Das grandes. O gol do Chile se origina de uma jogada assim, acabada na conclusão de Suazo, que marcou para o Chile.
O fato que desequilibrou foi o conjunto Messi-Di María-Higuaín. Criando, marcando, anotando gols. Assim, a Argentina de Sabella começa a caminhada para 2014 melhor do que o esperado. 4 a 1 e domínio, tático e técnico. Belo espetáculo para uma primeira rodada de eliminatórias.
Por: Felipe Saturnino